segunda-feira, 22 de junho de 2009

COGUMELOS NA SERRA DA GARDUNHA

O COGUMELO SUILLUS BOVINUS NO ALCAIDE







Classe: Basidiomycetes

Ordem: Boletales

Família: Boletaceae

Género: Suillus

Espécie: S. bovinus





O Suillus bovinus é vulgar no Alcaide, mas desconhecido das gentes.



Descrição

Chapéu: O chapéu é circular e pode apresentar diâmetro dos 4 aos 10 cm. É convexo ou plano, por vezes, toma e forma côncava parecendo um cálice. Tem cutícula lisa, de cor amarelo-ocre ou acastanhada, primeiro viscosa, depois seca e viscosa quando molhada.

Himénio: O himénio, adenado, é formado por tubos curtos (onde são criados os esporos), de cor amarela, quando jovem e verde-azeitona, quando envelhecido. Poros amplos, estirados radialmente.

Pé: Pé nu que pode apresentar alturas entre 3 e 8 cm, com 1 a 2 cm de diâmetro, por vezes curvos, de cor amarelo-laranja ou da cor do chapéu, com fibrilas longitudinais.

Carne: A carne apresenta muita elasticidade, esponjosa, de cor branca-sujo ou amarelada, azulando ligeiramente ao toque.

Habitat:Este cogumrlo aparece no Outono, nos bosques de coníferas, crescendo em tufos de três ou mais exemplares unidos. No Alcaide, surge em diversos locais, especialmente no pinhal do Cabeço do Meio.

Observações: Como comestível, tem pouco interesse. Come-se jovem. É micorrízico, vivendo em simbiose com o pinheiro.











Cogumelo maduro com o chapéu deformado.



Cogumelo maduro com o pé curvo.


Cogumelo maduro, com o himénio de tubos, adenado em relação ao pé, esponjoso, e pé amarelo pálido.


Cogumelo maduro, com o pé curvo, amarelo


Cogumelo a envelhecer, com o chapéu a tomar a forma de cálice.


Himénio de cogumelo maduro; note-se a carne amarelada e branca, nas falhas dos tubos.



Cogumelo maduro: chapéu amarelo-ocre e pé amarelo e avermelhado.







quinta-feira, 11 de junho de 2009

COGUMELOS NA SERRA DA GARDUNHA

O COGUMELO AMANITA CAESAREA NO ALCAIDE
Classe: Basidioymicetes
Ordem: Agaricales
Família: Amanitaceae
Género: Amanita
Espécie: Amanita caesarea
O cogumelo Amanita caesarea, Amanita real ou Amanita dos césares, por ser favorito dos imperadores romanos, um dos melhores cogumelos comestíveis, denominado, no Alcaide, por Briçosos e Biçós, pode dizer-se que praticamente desapareceu com os castanheiros. Apresentando relativa abundância até meados do século XX, principalmente nos soutos, em que era muito procurado, surge, actualmente, esporadicamente apenas em dois lugares da área da aldeia. Em 2008, não foi encontrado.
DESCRIÇÃO:
Chapéu: O chapéu do A. caesearea pode atingir a altura de 9 a 20 cm de diâmetro, tem a cor laranja ou vermelho-laranja, raramente a cor amarela. É liso e brilhante, com algumas pregas nas margens e algumas vezes apresenta-se fendido. Pode apresentar, colados nele, restos da volva branca.
Himénio: Formado por lamelas de cor amarela clara ou cor de limão, cerradas, fazendo contraste com laranja do chapéu.
: Pode crescer de 7 a 15 cm de altura e 2 a 3 cm de espessura, é oco e da mesma cor das lamelas, por vezes, com tons alaranjados. Tem um anel descaído, com pregas, da mesma cor. A volva, fazendo lembrar um saco, é espessa, branca e persistente.
Nos exemplares jovens, quando o chapéu ainda está envolvido pela volva, este cogumelo assemelha-se a um ovo estrelado.
Carne: Branca, amarelada junto da cutícula, consistente.
"HABITAT": Surge sob as árvores, especialmente castanheiros e carvalhos, no Outono.
OBSERVAÇÕES: É um excelente comestível, considerado o rei dos cogumelos. No Alcaide, era ingerido cru, por algumas pessoas.
Pode confundir-se com o Amanita muscaria, que é venenoso, mas a volva deste é muito frágil, enquanto do A. casearea é espessa e resistente. As escamas do A. muscaria podem ter desaparecido.
Cogumelo a formar-se. O chapéu alaranjado a sair da volva branca, vista lateral.

Cogumelo a formar-se. O chapéu a sair da volva, vista superior.

Cogumelo maduro. Chapéu alaranjado, com restas brancos da volva, no centro. O pé amarelo alaranjado, introduzido na volva, bem desenvolvida.


Chapéu visto de cima.

Himénio de lamelas amarelas, livres.


Himénio de lamelas amarelas, livres, e pé com anel amarelo.





quarta-feira, 10 de junho de 2009

COGUMELOS NA SERRA DA GARDUNHA

O AMANITA GEMMATA NO ALCAIDE


Classe: Basidiomycetes
Ordem: Agaricales
Família: Amanitaceae
Género: Amanita
Espécie: Amanita gemmata (Sinónimo Amanita junquillea)


O Amanita gemmata é um cogumelo facilmente reconhecível.

DESCRIÇÃO:
Chapéu: O chapéu deste cogumelo atinge de 3 a 11 cm de diâmetro, é inicialmente esférico e estende-se, ficando depois aplanado, com a margem estriada e, por vezes, voltada para cima. É amarelo claro ou ocre, como tom de gema de ovo, pegajoso. Quando jovem, está coberto de manchas ou verrugas brancas, que são facilmente perdidas, especialmente com a chuva.
O himénio é formado por lamelas, livres, cerradas e de cor branca.
: O pé do A. gemmata vai de 4 a 15 cm de comprimento por 2 a 4 cm de espessura, cilíndrico, afinando um pouco no cimo, liso ou finamente piloso, flocoso ou fibroso, cheio, quando jovem e um pouco oco, quando velho. É branco e tem um anel branco, frágil e facilmente perdido. Apresenta no fundo um bolbo envolvido por uma volva branca, que se estende até cerca de 1 cm pelo pé, mas pode fragmentar-se em manchas ou verrugas, na parte superior do bolbo.
Carne: Branca, inalterável com o corte e sem odor distinto.
"HABITAT": É micorrízico e aparece nas florestas de folhosas e de coníferas na Primavera, no Verão e no Outono.
OBSERVAÇÕES:
Não se deve comer. Há espécies tóxicas. Cru é venenoso e indigesto.Pode confundir-se com o venenoso Amanita pantherina.

Cogumelo muito jovem, com as manchas brancas da volva no chapéu.

Cogumelo muito jovem, com chpéu assentar no bolbo envovido pela volva.

Cogumelo jovem. O pé começa a definir-se, entre o chapéu e o bolbo, este envolvido pela volva.



Cogumelo em crescimento. O chapéu amarelo, o pé e o bolbo, com a parte superior da volva e estender-se pelo pé.


Cogumelo jovem. O chapéu amarelo claro, o pé e a volva branca.

Cogumelo em crescimento.

Dois cogumelos jovens em crescimento.

Dois cogumelos jovens. No da direita, nota-se o chapéu amarelo, o himénio e a volva brancos e o pé também branco com um pequeno anel.

Cogumelo em fase de amadurecimento, com poucas verrugas brancas no chapéu.

Cogumelo em fase de amadurecimento.

Chapéu aplanado de cogumelo maduro.

Himénio de lamelas livres, cerradas, brancas.
Cogumelos maduros.

Cogumelo envelhecido, cor escurecida e as margens do chapéu voltadas para cima.

Cogumelo envelhecido, com as margens do chapéu viradas para cima, em forma de cálice.

Corte longitudinal de cogumelo, carne branca, lamelas livres e parte da volva e envolver a base do pé.
Corte longitudinal de cogumelo. O pé um pouco oco.


















COGUMELOS NA SERRA DA GARDUNHA

O AMANITA CITRINA NO ALCAIDE


Classe: Basidiomycetes
Ordem: Agaricales
Família: Amanitaceae
Ordem: Amanita
Espécie: Amanita citrina


Devido à sua cor, amarelo pálido ou verde pálido, o cogumelo Amanita citrina é conhecido por cogumelo limão. Quando molhado, torna-se pegajoso e viscoso. Tem odor a batata crua, desagradável. Procede de um fungo micorrízico, associado a plantas folhosas.


DESCRIÇÃO:
Chapéu: De início, o chapéu tem a forma de hemisfério, tornando-se depois plano ou com ligeira convexidade, podendo atingir 12 cm de diâmetro. A cor pode variar do branco, na variedade alba, até ao verde-limão e amarelo esverdeado.
Apresenta restos da volva na cutícula, distribuídos de forma irregular, com diferentes tamanhos.
Himénio: Tem lamelas livres, finas e cerradas, de cor esverdeada clara, alternando-se com lamélulas, pequena lamela que não chega ao pé.
: Pode atingir de 4 a 12 cm de diâmetro e 1 a 1,5 cm de espessura, com forma cilíndrica, terminando num bolbo grande envolvido por volva esbranquiçada, com aro na parte superior. Em jovem é cheio, de cor branca ou verde-limão e, com a idade, torna-se oco. Apresenta um anel, na parte superior, estriado, membranoso, da cor do pé.
Carne: Branca, esverdeada debaixo da cutícula.
"HABITAT":
Surge na Primavera e no Outono, em bosques de coníferas e de folhosas, vivendo em simbiose com as plantas.
OBSERVAÇÕES:
Não tem valor como comestível. Ingerido pode provocar desarranjos intestinais. Pode confundir-se com o Amanita phalloides e com o Amanita gemmata, quando desaparecem os restos da volva sobre o chapéu.




Cogumelo em crescimento.

Cogumelo em crescimento. O pé já definido e os pedaços da volva no chapéu.

Cogumelos em crescimento.


Chapéu aplanado de cogumelo maduro, com pedaços da volva dispostos sem regularidade.


Cogumelo em fim de crescimento. O anel membranoso no pé.

Cogumelo maduro: chapéu aplanado, anel e pé saindo da volva.

Cogumelo em final de crescimento: pedaços da volva no chapéu, anel membranoso no pé.

Cogumelo em crescimento.

Corte longitudinal de cogumelo: chapéu hemisférico, lamelas livres, pé oco, terminando em bolbo, envolvido pela volva. Carne branca.


sábado, 6 de junho de 2009

COGUMELOS NA SERRA DA GARDUNHA

O "BOLETUS AESTIVALIS" NO ALCAIDE


Divisão: Basidimycota
Classe: Agaricomycetes
Ordem: Boletales
Família: Boletaceae
Género: Boletus
Nome: Boletus aestivalis

Os boletos são cogumelos basidiomicetes, caracterizados por terem o himénio formado por tubos, semelhante a uma esponja, onde são criados os esporos. Existem mais de três dezenas de espécies de boletos.

O Boletus aestivalis, conhecido por boleto de verão, por aparecer mais desde o fim da Primavera até ao fim do Verão, pode dizer-se que é uma maravilha do Verão. Necessitando de calor e de sol, é mais frequente após as chuvas. É semelhante ao Boletus edulis, distinguindo-se deste não apenas pela estação do ano em que aparece, mas também pelo reticulado que cobre todo o pé e pela ausência de margem branca no chapéu. Devido aos retículos no pé, é também designado por Boletus reticulatus.
DESCRIÇÃO:
Chapéu: O chapéu deste boleto pode ter o diâmetro de 5 a 20 cm, é curvo, podendo ser aplanado com a idade, e a sua cor pode variar em distintos tons de castanho. Com o tempo seco, pode apresentar-se quebrado, com quebras e gretas, com aspecto de rede. O himénio de tubos pode separar-se facilmente da carne do chapéu, apresentando cor trigueira quando envelhece.
: O pé do B. aestivalis pode atingir 20 cm de altura, é grosso (ventrudo) e de cor castanho clara. Ao longo do pé, apresenta um reticulado, bem definido, de cor branca.
Carne: Com um odor agradável, a carne é espessa, de cor branca, amarelecendo com o envelhecimento. É muitas vezes atacada por larvas.
"Habitat": Encontra-se nos bosques de folhosas, especialmente de carvalhos e castanheiros, necessitando de calor e de humidade, desde o mês de Maio até ao fim do Outono. No Alcaide, surge mais nos soutos.
Utilização: É muito bom comestível, mesmo quando seco.


Dois Boletus aestivalis com chapéu gretado, colhido nos finais de Maio de 2009, no sítio de Fórneas no Alcaide.


Os mesmos cogumelos com o himénio de cor branca amarelada.

Cogumelo a envelhecer. Chapéu aplanado e gretado, himénio com cor trigueira.

Cogumelo a envelhecer, com chapéu gretado, pé curto e grosso.

Cogumelo com chapéu gretado e de cor branca.

Chapéu de cogumelo adulto com aspecto globoso e gretado.

Cogumelo envelhecido.

Corte longitudinal de cogumelo adulto, colhido nos fins de Maio, em Fórneas, Alcaide. Note-se o chapéu gretado, a carne branca e o himénio amarelado. Na base do pé, encontravam-se pequenas larvas.

Corte longitudinal de pequeno cogumelo maduro. A base do pé estava a ser comida por lesma (parte mais escura).
















sexta-feira, 5 de junho de 2009

COGUMELOS NA SERRA DA GARDUNHA



O "AMANITA MUSCARIA" NO ALCAIDE - FUNDÃO

Divisão: Basidiomycota
Classe: Basidiomycetes
Ordem: Agaricales
Família: Amanitaceae
Género: Amanita
Espécie: A. muscaria

O Amanita muscaria é um cogumelo muito bonito, mas é tóxico. É o mais usado, por muitos artistas, quer para pintura, decorações e ilustração de histórias e contos infantis, associado a figuras de fadas, de diabos e de fantasmas das florestas. É vulgarmente conhecido por cogumelo mata-moscas de chapéu vermelho com manchas brancas, por matar as moscas que tocam na cutícula.
DESCRIÇÃO:
Chapéu: Pode atingir 20 cm de diâmetro, é húmido e carnudo, com a margem estriada, nos exemplares adultos. No início, está envolvido pela volva branca, que vai desaparecendo, deixando restos, parecidos com flocos de neve, no pé e no chapéu. Globuloso no início, vai abrindo com o crescimento, chegando a aplanado e, por vezes, a côncavo. Tem cor brilhante, vermelho-viva ou vermelho-laranja.
Himénio: Com lamelas cerradas, livres, de cor branca ou amarela.
: Com altura de 12 a 25 cm e 1 a 2,5 cm de diâmetro, a princípio cheio e depois oco, termina num bolbo redondo, apresentando círculos concêntricos de verrugas, que são restos da volva. De cor branca ou creme, apresenta na parte superior um anel amplo branco ou amarelado.
Carne: Compacta, de cor branca ou amarela junto da cutícula, com cheiro agradável.
"HABITAT":
Cresce de Agosto a Janeiro, por vezes, na Primavera, por todo o lado, quer em bosques de folhosas, quer em bosques de coníferas. É micorrízico, associado, especialmente, a pinheiros, castanheiros e carvalhos.
UTILIZAÇÃO:
Segundo historiadores, antropólogos e biólogos, o Amanita muscaria, era usado por xamãs, siberianos, esquimós e celtas, em actos religiosos, e era dado a comer, pelos vikings, aos guerreiros antes das batalhas, para, com frenesim, entrarem nas lutas.
OBSERVAÇÕES:
VENENOSO - Este cogumelo produz uma intoxicação do tipo psicotónico, causada pela muscarina, concentrada especialmente, na cutícula. Produz vómitos, lacrimejamento, perturbações psíquicas, diarreias, suores, alucinações e delírios, seguidos de profundo sono, por vezes, com morte se o coração não resistir.
Quando o chapéu toma a cor laranja, com a água, pode confundir-se com o Amanita cesareae, que é um bom comestível.

Cogumelo jóvem

Cogumelo jóvem

Cogumelo adulto e dois em crescimento.


Cogumelo adulto, onde se vê o anel no pé.

Chapéu rachado, vermelho ao centro e alaranjado na margem.

Par de cogumelos adultos com chapéu rachado.

Cogumelos em souto.

Corte longitudinal de cogumelo jóvem. Notam-se as lamelas livres, a carne branca, a cutícula vermelho-alaranjada e o anel a descolar-se do himénio, para envolver o pé.