Abrótea
Das abróteas (Asphodelus lusitanicus P.), conhecidas por nunos, foguetes e candeias, existem no Alcaide, essencialmente, as variedades Asphodelus macrocarpus, mais vulgar, e Asphodelus bento-rainhae P. Silva, endémica da vertente norte da Serra da Gardunha, em pertigo de extinção, cujas raízes (rizomas), designadas por badalhocas, tiveram as seguintes aplicações medicinais:
Cura de impigens e zagres:
Cortam-se as raízes e esfregam-se as impigens e os zagres com elas, de modo a que o suco, que brota, abranja toda a pela afectada.
Cura da sarna:
Descascam-se algumas raízes, pisam-se num almofariz ou em malga, juntamente com um pouco de sal, e esfregam-se, com o preparado, as partes do corpo afectadas com o ácaro, uma vez em três dias seguidos ou até desaparecer o mal.
Este preparado foi utilizado, no Alcaide, até meados do século XX.
As folhas foram da abrótea utilizadas, até meados do século XX, na preparação de estrumes, por fermentação nas esterqueiras, ou aplicadas directamente nas terras, e na alimentação dos suinos, após cozedura.
4 comentários:
A raíz da abrótea (asphodellus lusitanicus), que mais parece uma batata-doce, é de facto extraordinária no tratamento de vários problemas de pele, incluindo alguns eczemas. Trabalho com plantas medicinais e aromáticas, à custa disso já fiz um verdadeiro "jardim botânico". A Natureza tem muito para ensinar, ou como dizia Nostradamus: "Suspeito que a Natureza tem resposta para todos os males". Tenho uma casa e terreno (cerca de 4 h) no concelho do Fundão, o meu marido até quer ir para lá, mas eu tenho medo que as plantas não se adaptem. É um dilema aqui em casa
Em tempos antigos, contactei regularmente com uma prima com um problema de pele muito incomodativo, mas não me lembro se era psoríase ou impetigo, ou mesmo outra doença exantemato-escamosa. Mas penso que era a psoríase. Tinha pomadas receitadas pelo médico, mas o melhor remédio era a raiz da abrótea. Nunca mais a vi nem sei o seu paradeiro, mas segundo quilo que me lembro, e já lá vão uns 20 anos,a abrótea aliviava-lhe os sintomas mais depressa e durante mais tempo. Não sei é qual das abróteas existentes em Portugal é que ela usava (Género Asphodelus em Portugal – A. Aestivus; A. Bento-rainhae; A. fistulosus; A. Lusitanicus; A. Macrocarpus; A. Ramosus; A. Serotinus.) Também me lembro que o rizoma se parecia com uma pequena bata-doce, como a da imagem
Na região de Trancoso e Celorico da Beira Povoa do Concelho e Velosa aparece com muita frequência. Os javalis gostam muito desta planta e graças a eles esta em franca expansão.
No Marco de Canaveses há bastantes.
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