ALCAIDE
Phallus impudicus
Ordem: Phallales
Família: Phallaceae
Género: Phallus
Espécie: Phallus impudicus
O Phallus impudicus é um curioso fungo basidiomiceto, da família das Faláceas, cuja designação é devida à sua forma fálica e ao cheiro cadavérico que exala e se percebe à distância. O cheiro desagradável emana de uma gleba, ou seja, uma massa mucelaginosa fértil do aparelho esporífero de alguns cogumelos, como, a trufa, o lycoperdons, o sclerodermes, o clathrus ruber e o phallus. O cheiro atrai os insectos que espalham os esporos a consideráveis distâncias, para a reprodução do fungo.
Inicialmente, o cogumelo apresenta a forma de ovo, oblongo ou esférico, ou em forma de bexiga, de cor branca, de 3 a 6 cm de diâmetro, enterrado ao rés do solo, com um longo cordão ou raiz. No corte, o ovo apresenta as seguintes camadas, do exterior para o centro: por fora, uma camada, o peridium, depois, uma camada translúcida e gelatinosa, de protecção, a seguir uma camada mais escura, a futura gleba, com o aparelho reprodutor, e, por dentro, um corpo branco, o futuro cogumelo.
Do ovo sai o pé do cogumelo, cilíndrico ou de forma cónica, de 10 a 20 cm de altura, esponjoso, poroso, branco, nu, alveolado, cavernoso e frágil, abatendo-se e murchando, no fim de alguns dias. Do ovo, fica uma espécie de volva a envolver a base do pé.
Na extremidade superior do pé, forma-se uma espécie de chapéu, de 3 a 5 cm de altura, de configuração oval, com um ligeiro corte tranversal por cima, com alvéolos na parte externa. O chapéu é branco, cobrindo-se, depois de glutina (gleba) verde-claro, depois verde oliveira e escurece. A gleba é deliquescente e expele o mau cheiro como foi referido.
É um saprófito que frutifica nas estações quentes e chuvosas, da Primavera ao Outono, em terrenos húmidos, em bosques, especialmente em matas de folhosas e em jardins.
A carne é de cor branca, frágil e, quase sempre, sem cheiro desagradável. Em alguns locais, o ovo do Phallus impudicus é consumido, com ou sem a gelatina, com algumas reservas.
O ovo pode ser confundido com o cogumelo bexiga de lobo ou, mais perigosamente, com o ovo dos cogumelos amanitas tóxicos e mortais.
Ovo com raiz.
Ovo cortado ao meio: no centro, a branco, o embrião do cogumelo, envolvido por gleba; parte exterior formada por tecido gelatinoso.
Ovo cortado a meio.
Ovo prestes a eclodir, saindo o pé do cogumelo.
Criação de cogumelos num vaso - À esquerda: em cima, corte de ovo, em baixo, metade do pé do cogumelo saindo do ovo, que foi cortado a meio. À direita, dois ovos.
Metade do pé de um cogumelo, de tecido esponjoso branco e oco, saindo do ovo.

Criação em vaso - Metade do pé de um cogumelo saindo do ovo.

Criação em vaso - Cogumelo em crescimento com ovo (volva), pé branco e chapéu cónico, com um orifício no cimo. O chapéu está revestido com a gleba, verde azeitona, com cheiro nauseabundo, o aparelho esporífero que, depois de amadurecer, se liquefaz para disseminação dos esporos.

O cogumelo desmancha-se como um lego, com separação das partes constituintes: o ovo, o pé e o chapéu.

Chapéu verde azeitona, de forma cónica, coberto com gleba, com orifício no vértice.

Ovo e pé do cogumelo, sem chapéu.
Uma mosca, atraída pelo cheiro, pousada na gleba, é agente de disseminação dos esporos.
O pé saindo do ovo entre um produto gelatinoso.
Um pedaço do ovo ficou sobre o chapéu.

Cogumelo maduro, com a gleba a liquefazer-se.

Cogumelo maduro, com a gleba a liquefazer-se.

Cogumelo velho, sem capéu, com uns restos da gleba, que se derramou pelo pé até ao ovo.

Cogumelo velho com volva, pé e chapéu, já sem gleba.

Cogumelo no final do ciclo da vida, a murchar.
Albano Mendes de Matos
(Fotos de Albano Mendes de Matos)